Crianças difíceis? ou ....
um difícil desafio?
Quantos de nós, diariamente, no nosso mundo, que chamamos de "sala de aula", enfrentamos o desafio de trabalharmos com crianças "difíceis"?. Crianças que nos desafiam, que "mexem com o nosso interior", que nos fazem chorar e que nos fazem sentir incapazes e inúteis...
>Vou partilhar aqui um episódio, que se passou na sala de aula,no 3°ano (comigo e com uma criança "difícil").
>O Pedro (nome fictício), é uma criança, vista por todos com um comportamento considerado perturbador, difícil de "aturar" como todos referem, incluindo a família. Na verdade, quando ele está presente na sala de aula, é muito difícil manter a calma e a tranquilidade, dificultando o trabalho do grupo, pois o seu comportamento é facilmente reproduzido por todos os outros elementos e muitas vezes é o Pedro que incentiva diretamente as outras crianças a alterarem o seu comportamento e linguagem. Confesso, que muitas vezes, desejei que o Pedro pertencesse a outra sala qualquer, menos a minha, pois já tinha tentado todas as estratégias e mais alguma para conseguir mudar o seu comportamento, sem resultados...pensei até em desistir..
>Na verdade, isto me fez pensar...temos que mudar isto, eu e ele, os dois!!
>No dia seguinte, depois de eu refletir sobre isso, lembrei-me que já tinha experimentado todas as estratégias, menos uma...o colo, o abraço, o cafuné, o carinho....mesmo que eu não tivesse muita vontade de o fazer, mesmo, com todas as suas peraltices.
Decidi, também, não falar mais sobre o seu mau comportamento e nem deixar os outros falarem.
Nesse dia foi um grande desafio para mim, mas o Pedro foi-se acalmando durante o dia, pela minha insistência de o manter sempre perto de mim e assim, que tinha oportunidade, dava-lhe carinho e muita atenção. Orei, para que o Pedro crescesse sem marcas negativas na sua personalidade e que a benção de Deus estivesse sempre presente na sua vida, livre de qualquer tipo de estigmatização.
>Sinto-me envergonhada, porque não tive esta atitude mais cedo, apesar de saber que era a melhor e a verdade é que preciso de coragem para continuar neste processo.
>Precisamos estar atentos a crianças aprisionadas, estigmatizadas pela família e sociedade, crianças incapazes de se salvarem da situação em que se encontram, que não têm ninguém que olhe por elas, atormentadas pelo destino, crianças que clamam por paz no seu interior.
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